por Renata Cibele Lima - dlima_r@yahoo.com.br
Doutor, o que eu tenho?
Ainda não sei, mas parece só uma indisposição!
Mas doutor! Não é possível tanto mal estar por tão pouco diagnóstico!
Meu filho, você quer sentir maiores sintomas para que acredite ser grave?
Espera aí, doutor! Não é melhor fazer exames mais detalhados? Eu tenho convênio médico!
Meu filho, você prefere passar por todos aqueles transtornos em laboratórios, entrar dentro daquela tecnologia caríssima, que a maioria da população não tem acesso, só para certificar-se de que seu mal estar não vai tirá-lo de cena para sempre? Tenho quase certeza que são sintomas momentâneos. Logo passa!
Que momentâneos nada, doutor! Estou sofrendo há dias esse tormento! Não quero sentir isso! Não voltarei ao trabalho até resolver! Vamos, faça logo esses pedidos de exames!
Meu filho, seu problema é estresse!
Estresse, doutor?
Sim. Será que você tem trabalhado demais e sofrido com constantes pressões?
Acho que não, doutor! Faço a mesma coisa todos os dias obedecendo meu ritmo e ultimamente nada tem acontecido de diferente. Um dia é igualzinho ao outro! Trabalho o dia todo e quando volto para casa, até lá parece tudo igual! Nada muda! Jantar, jornal da noite, chinelo, pijama e depois CAMA!
Hora, hora, hora! Você vem até aqui se consultar trazendo uma queixa de estranhos sintomas e agora fica reclamando que nada muda na sua vida? Eu, como médico, só fico escutando na tentativa de encontrar a causa dos seus sintomas. Quero ajudá-lo!
E então doutor, vai ou não vai passar os pedidos de exame?
Meu paciente: você veio até aqui só para conversar ou para receber a confirmação de que o problema é grave? Olhando para você percebo que precisa mesmo é de mais carinho, descanso e muito amor.
Todos os dias o amanhecer nos aguarda e a força de viver nos sustenta! Gostando ou não da vida que levamos temos o poder de alterar nosso caminho e não é preciso deixar-se adoecer para só depois correr em busca de mudanças. A vida dá opções para o bem viver! Sonhos também existem para serem realizados!
E agora, doutor, mais uma pergunta: qual é a sua especialidade?
Isto importa?
É claro que sim! Vai que aparecem novos sintomas!
Sou apenas mais um funcionário da vida, mas vejo muito mais além dos sintomas e das pessoas. Sinto emoções e recebo constantes orientações das forças do amor para clinicar. Sou o médico da vida, da minha vida! É na tentativa de curar-me que aprendo, passo a passo, em mim mesmo, maneiras de ajudar meus pacientes.
Agora vou prescrever-lhe uma receita:
Ame todos os dias!
Cuide-se para não retornar aqui nesta frágil condição!
E aguardo você só nos finais de semana para outro tipo de assunto. Até lá! Seja feliz!
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